Dra. Rosa Celia, Dra. Isabela Rangel e o cirurgião Dr. Andrey Monteiro esclarecem pais e a sociedade em geral sobre a má formação intracardíaca que acomete mais 250.000 crianças por ano, no Brasil

Mais de 50% dos recém-nascidos que precisariam de uma cirurgia para correção de cardiopatia congênita ficam sem atendimento no Brasil, segundo estimativas da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Em tempos de pandemia este percentual de não atendimentos pode ter chegado a 70%. O país registra, hoje, cerca de 257 mil novos casos de cardiopatia congênita por ano.

Aproveitando a movimentação em torno do Dia da Cardiopatia Congênita (12), e com o objetivo de mobilizar futuras mães e pais e a sociedade como um todo, o Pro Criança Cardíaca promove uma conversa esclarecedora sobre o tema no dia 13 de junho, segunda-feira, às 15h, com Dra. Rosa Celia, sua fundadora e presidente, Dra. Isabela Rangel, diretora médica da instituição, e o cirurgião cardíaco pediátrico Andrey Monteiro.

O evento faz parte do Ciclo de Humanização do Pro Criança e o formato é híbrido: presencial e aberto ao público, no auditório da Rua Dona Mariana, 40, em Botafogo, e online com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube.

Causas da cardiopatia congênita

Segundo a diretora médica do Pro Criança Cardíaca, Dra. Isabela Rangel, as causas dessa má formação não são bem definidas e incluem diversos fatores, como: uso de algumas medicações ou drogas, doenças maternas como lúpus e diabetes, infecções como rubéola – que podem interferir na formação do coração fetal nas primeiras semanas de gravidez – além de história de cardiopatia em gestações anteriores e herança genética.

Fatores de risco

Um dos fatores para o desenvolvimento da cardiopatia congênita é a herança genética. Mães e pais com essa história têm uma chance maior de gerar um bebê com algum tipo de cardiopatia. Isso também acontece quando o casal já teve um bebê com alguma má formação.

As síndromes genéticas são outro fator associado à má formação intracardíaca, como é o caso da Síndrome de Down, em que um percentual de pacientes pode apresentar defeito do septo atrioventricular, entre outras cardiopatias. A idade materna avançada também é considerada fator de risco para cardiopatias congênitas.

Existe prevenção?

Dra. Isabela esclarece que não existem formas de prevenir a cardiopatia congênita, mas é importante que a mulher, antes de engravidar, procure um obstetra para fazer uma avaliação clínica, ver como está seu real estado de saúde, se apresenta alguma deficiência vitamínica e saber quais medicações pode usar, ou não, durante a gestação.

É importante checar também o calendário de vacinação e se precisa fazer alguma vacina antes de engravidar. Outro ponto importante são os hábitos alimentares. “A mulher precisa ter uma alimentação equilibrada e não usar drogas ilícitas, não fumar e não usar bebidas alcoólicas,a fim de garantir o desenvolvimento adequado do feto”, destaca.

Entre as descobertas mais recentes sobre o tema, segundo a diretora médica, são estudos indicando que o enriquecimento de alguns alimentos com ácido fólico foi associado a reduções na taxa de cardiopatias congênitas.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce é fundamental, principalmente nas cardiopatias mais graves, segundo a diretora médica do Pro. O ecocardiograma fetal é um método capaz de identificar lesões estruturais antes do nascimento e, em geral, deve ser feito entre a 24a e a 28a semana de gestação.

“Levando-se em conta que um em cada 100 bebês nascidos vai apresentar algum tipo de cardiopatia congênita, a detecção da doença cardíaca intraútero permite que a equipe médica acompanhe todo o desenvolvimento do feto, programe o parto numa unidade de saúde que tenha estrutura para a conduta e o tratamento clínico do bebê, caso ele apresente uma cardiopatia que demande uma intervenção mais imediata”. Depois de nascido, a ressonância magnética e a tomografia também podem ser necessárias.

A médica chama atenção sobre “um dos grandes entraves que retardam o diagnóstico”: a falta de informação das famílias sobre a existência de cardiopatias em crianças. “O acompanhamento pediátrico dos bebês é essencial, visto que na consulta de rotina pode ser identificada alguma alteração que sugira cardiopatia, assim, o pediatra encaminha para o centro especializado”, afirma.

Tratamento

Além da cirurgia, nos dias de hoje, há a opção de um procedimento menos invasivo chamado cateterismo cardíaco terapêutico, para tratar alguns tipos de cardiopatia.

SOBRE O PRO CRIANÇA CARDÍACA

Desde 1996, o Pro Criança Cardíaca tem feito famílias voltarem a sorrir por cuidar de crianças carentes. Já foram realizados de forma 100% gratuita 1641 procedimentos invasivos, quase 100 mil atendimentos ambulatoriais, 15.100 crianças carentes atendidas e mais de 151 mil pessoas impactadas.

Foi a primeira instituição do terceiro setor a implantar um processo de governança humanizada com foco na satisfação e no bem-estar dos colaboradores. Entre outros resultados, o movimento gerou a conquista do selo BBB do Rating de Consciência em Top Performance da Pesquisa Empresas Humanizadas pelo segundo ano consecutivo, em 2022, e a certificação Great Place To Work Brasil em clima organizacional (Março 2022 – Março 2023).

Por suas ações bem-sucedidas na área, em maio de 2022, a diretora executiva da instituição passou a integrar o Comitê Governança na Saúde da Rede Governança Brasil, a convite do ex-ministro da Saúde, Nelson Teich. O comitê é formado por voluntários que trabalharão com a missão de desenvolver ações nacionais e internacionais para melhorar as políticas públicas de saúde no Brasil, por meio das melhores práticas de governança.

O Pro Criança conta com um Código de Ética e Conduta desde 2020, para que a atuação profissional e pessoal de seus funcionários contemple os mais elevados padrões éticos, de honestidade e de integridade; e faz parte, ainda, do grupo de empresas que integra o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.

Como doar: https://www.procrianca.org.br/
Instagram: @procriancacardiaca


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